quinta-feira, 5 de maio de 2011

A Cibercultura


A cibercultura é por força um produto da eterna necessidade de comunicar da humanidade, Lévy, refere um pouco esta ideia ao dizer que o homem da gravura rupestre, é o mesmo homem que envia a mensagem de correio electrónico e explora o ciberespaço. A cibercultura é o produto de um novo mundo, de um novo tipo de homem, talvez uma elite, Lévi chamou a essa elite um movimento jovem, culto e urbano, eu acrescentaria, financeiramente liberto dos grilhões da carência, logo com capacidade de despender recursos.
A esta capacidade, não será alheia a própria mutação cultural, das novas sociedades de consumo, onde a melhoria das condições de vida permitiu um mais lato gozo do ócio, saciadas as necessidades imediatas da sobrevivência, pode esse novo grupo, esse movimento jovem, consignar o seu desassossego próprio da idade a tarefas que congreguem as suas ideologias e ideários, talvez buscando-se através da busca do outro, como diz Lévi «…A cibercultura inventa uma outra forma de fazer advir a presença virtual do humano frente a si mesmo sem se impor pelo sentido.».
A cibercultura abre a porta a novas interpretações, a novos paradigmas estéticos, a arte também é cibercultura, Lévy diz que a cibercultura «…é uma mutação fundamental da própria essência da cultura.». Nesse sentido a cibercultura reinventa a cultura, pois é produto de várias culturas, que vão originar a cibercultura global. Presente até na educação, através do ensino à distância, que utiliza as capacidades técnicas do ciberespaço, a cibercultura reformula os velhos princípios do conhecimento, ou nas palavras de Lévy «…um novo estilo pedagógico que favorece a aprendizagem personalizada e colectiva em rede…».
No entanto a cibercultura também tem aspectos menos luminosos, o outro lado da força, o lado negro também é parte significativa e significante, enquanto signo perpétuo do dilema humano da moralidade versus imoralidade, a eterna dicotomia do homem imperfeito, indigno e dado a rasgos de generosidade extraordinários que por vezes são ofuscados pelo mais profundo egoísmo e indiferença, Lévi traduz isso muito bem quando acrescenta à definição de cibercultura a seguinte frase «A cibercultura dá forma a um novo tipo de universal, o universal sem totalidade.». Definição tanto mais extraordinária porque as clivagens, sociais, etárias e económicas condicionam o acesso participativo ao mundo da cibercultura, não esquecendo que os hackers e o cibercrime também são componentes da cibercultura.
Em resumo a cibercultura é um grande repositório da humanidade e dos seus valores, das suas maleitas e vícios, universal mas ainda não totalmente inclusiva a cibercultura é no dizer de Lévy «… um conjunto de técnicas, materiais e intelectuais, que se desenvolvem em conjunto com o ciberespaço».
A estonteante velocidade a que tudo se desenrola, leva esta nova realidade cultural, propiciada por avanços tecnológicos auspiciados pela descoberta do espaço sideral, leva a que Lévy diga sem pejo, «…a velocidade de transformação é uma constante paradoxal da cibercultura.». Numa clara evidência de que o que é hoje moderno é amanhã um produto obsoleto.

Francisco Pereira

 Bibliografia: Lévy, Pierre (1999), Cibercultura

segunda-feira, 2 de maio de 2011

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