As
experiências de aprendizagem são sempre profícuas. Valorizamos umas mais que
outras, a umas devotamos sincera aplicação, a outras o menor empenho é fruto de
múltiplos factores. Confesso que não sou um entusiasta da teoria, não sou um
pensador, aliás lucubrar sobre cogitações de outrem, perorar sobre a
parafernália conceptual de uma qualquer temática, por vezes espartilhado e
lutando contra o sentimento de ser fútil e contraproducente tal engajamento e
discussão, apesar de da discussão vir a luz, como sói dizer-se, torna-se-me
penoso e não consigo esconde-lo, enlameia-me a pena e nada discorro de útil,
confesso que nem a mim me agrada, muitas vezes aquilo que produzo.
Dito
isto, temi de início que a unidade de PPEL, se tornasse em mais uma dessas
inenarráveis e maçadoras más experiências teóricas, naquilo em que o jargão
popular caracteriza como “dar ar à boca”, com o decorrer da mesma, percebi que
não. Houve uma sábia distribuição de teoria e de prática, que contribuiu para
motivar e “agarrar” os alunos, foi o que me sucedeu, a falta de entusiasmo
inicial deu lugar a um interesse cada vez mais crescente, que fez crescer o
desejo de saber mais, consumindo a componente teórica já não como um dever incómodo
e maçador, mas como um conjunto de linhas orientadoras que aplicadas nas
questões mais práticas faziam da organização e da concepção dessa prática um
actividade mais capaz e mais facilitada.
Analisando
o percurso da aprendizagem na unidade curricular, a sequência torna-se agora
mais perceptível, tudo foi orientado no sentido de os alunos perceberem o papel
do professor e das subtilezas e estratégias que o ensino à distância encerra, o
que foi muito gratificante, perceber que existem imensas questões intrínsecas à
condição de professor ou formador no modelo de EaD, essas questões não passam
apenas por práticas e abordagens pedagógicas mas também pelas capacidades que
os professores e ou formadores possuem para motivar, e fundamentalmente para ensinar
os alunos.
No
meu caso gostei particularmente da parte prática, dos desafios práticos que
esta unidade curricular colocou, o “fazer” traz sempre uma perspectiva
diferente, uma perspectiva que nos leva a questionar e a pensar nas opções que
colocamos em prática, enquadradas e assentes nos vários pressuposto teóricos
que nos foram sendo apresentados, dessas reflexões, surgem outras questões,
outras, muitas, dúvidas que obrigatoriamente se traduzem por necessidades de
questionar o trabalho desenvolvido, os métodos, as escolhas e as decisões que
tomamos, creio que mais do que a importância sobre os aspectos teóricos ou a
descoberta de novas ferramentas e opções técnicas, é essa capacidade de
questionar que nos fica desta unidade curricular, para mim esse foi o mais
ensinamento que colhi nesta unidade curricular, a capacidade de analiticamente,
questionar sempre e de forma cautelosa, sustentando a par e passo a construção
de uma qualquer oferta de conteúdos pedagógicos em modelo EaD, no trabalho com
alicerces teóricos sólidos mas pertinentes e cuja aplicação é exequível na
prática, por outras palavras acredito que nesta unidade curricular foi também
ensinado a importância de distinguir o essencial do acessório.
Adjectivar
e generalizar são sempre exercícios complicados, que nos podem trazer alguma
sensação de não sermos completamente isentos e de fazer escolhas por vezes
truncadas por critérios menos objectivos, que poderão claro está enviesar por
completo o nosso objecto de trabalho. Essa foi também uma certeza que esta
unidade curricular me trouxe, na construção de um percurso pedagógico à
distância, é de extrema importância, não cair em situações de ambiguidade que
possam de alguma forma induzir os alunos a ideias erróneas e a más
interpretações, dificultando não só as suas tarefas mas também o papel do
professor, daí a necessidade de não só usar de extrema clareza mas insistir e
estimular as discussões e direi mesmo espicaçar os alunos para a descoberta e
partilha do conhecimento, isso foi algo que me foi ensinado nesta unidade
curricular.
A
temática é muito vasta, a cada desafio que nos foi colocado, outras tantas
questões e problemáticas se levantaram, experimentei algumas dificuldades em
relação às questões teóricas, dificuldades essas que advêm do facto da minha
percepção destas questões, que é a percepção de um pragmático, de um
executante, a minha vertente é mais do contexto prático, não desprezo a teoria,
mas também não é com muito entusiasmo que nela me embrenho quando isso me é
solicitado, essa pecha do foro pessoal, foi o que mais dificultou o desempenho
nesta unidade curricular, existe em mim uma resistência natural, um conjunto de
anticorpos que me levam, não a rejeitar a componente teórica mas a
secundariza-la, numa abordagem que por vezes acaba por causar transtornos e
dificultar a aprendizagem. Essa é uma pecha pessoal, que nesta unidade
curricular me foi extremamente leve, foi com muito empenho que a ela me
dediquei, porque se tornou fácil, o papel do professor foi extraordinariamente
importante nessa motivação, confesso que desistir do mestrado foi por mim
muitas vezes equacionado, em parte devo ao professor o ter-me mantido, mal ou
bem com maior ou menor qualidade, fiz por ir alinhavando as coisas, sabe Deus a
maioria das vezes com que motivação, ou antes com falta dela, já que esta é uma
reflexão pessoal, deixo aqui expresso o meu muito obrigado ao professor José
Mota, por ter conseguido dar essa motivação extra.
Em
termos conjunturais, Processos Pedagógicos em eLearning, é um percurso muito
interessante, onde constantemente fomos desafiados a melhor perceber o papel do
professor do ensino à distância, a construir os nossos projectos de
aprendizagem, posteriormente amplificados por abordagens e práticas pedagógicas
que se desejam harmoniosas e garante de uma boa e transparente qualidade de
ensino, se algo fica desta unidade curricular, e fica muito, porque foi
essencialmente norteada para o saber fazer, fica a certeza de que o empenho, a
dedicação e a disponibilidade são ferramentas, são abordagens que geridas de
forma superior, conseguem transformar o acto de ensinar através de um método
tão impessoal como o eLearning, num acto em que as relações interpessoais de
empenho e dedicação verdadeiramente contam.
Cair no velho e gasto comentário
de dizer que muito me agradou a frequência desta unidade curricular, seria
pouco imaginativo e pouco verdadeiro, dado que para mim foi uma grande
experiência, que marca de forma extraordinariamente positivamente quaisquer
futuras abordagens ou incursões que faça ao eLearning.
Francisco