segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Reflexão sobre experiencia de aprendizagem em Processos Pedagógicos em eLearning


As experiências de aprendizagem são sempre profícuas. Valorizamos umas mais que outras, a umas devotamos sincera aplicação, a outras o menor empenho é fruto de múltiplos factores. Confesso que não sou um entusiasta da teoria, não sou um pensador, aliás lucubrar sobre cogitações de outrem, perorar sobre a parafernália conceptual de uma qualquer temática, por vezes espartilhado e lutando contra o sentimento de ser fútil e contraproducente tal engajamento e discussão, apesar de da discussão vir a luz, como sói dizer-se, torna-se-me penoso e não consigo esconde-lo, enlameia-me a pena e nada discorro de útil, confesso que nem a mim me agrada, muitas vezes aquilo que produzo.
Dito isto, temi de início que a unidade de PPEL, se tornasse em mais uma dessas inenarráveis e maçadoras más experiências teóricas, naquilo em que o jargão popular caracteriza como “dar ar à boca”, com o decorrer da mesma, percebi que não. Houve uma sábia distribuição de teoria e de prática, que contribuiu para motivar e “agarrar” os alunos, foi o que me sucedeu, a falta de entusiasmo inicial deu lugar a um interesse cada vez mais crescente, que fez crescer o desejo de saber mais, consumindo a componente teórica já não como um dever incómodo e maçador, mas como um conjunto de linhas orientadoras que aplicadas nas questões mais práticas faziam da organização e da concepção dessa prática um actividade mais capaz e mais facilitada.       
Analisando o percurso da aprendizagem na unidade curricular, a sequência torna-se agora mais perceptível, tudo foi orientado no sentido de os alunos perceberem o papel do professor e das subtilezas e estratégias que o ensino à distância encerra, o que foi muito gratificante, perceber que existem imensas questões intrínsecas à condição de professor ou formador no modelo de EaD, essas questões não passam apenas por práticas e abordagens pedagógicas mas também pelas capacidades que os professores e ou formadores possuem para motivar, e fundamentalmente para ensinar os alunos.
No meu caso gostei particularmente da parte prática, dos desafios práticos que esta unidade curricular colocou, o “fazer” traz sempre uma perspectiva diferente, uma perspectiva que nos leva a questionar e a pensar nas opções que colocamos em prática, enquadradas e assentes nos vários pressuposto teóricos que nos foram sendo apresentados, dessas reflexões, surgem outras questões, outras, muitas, dúvidas que obrigatoriamente se traduzem por necessidades de questionar o trabalho desenvolvido, os métodos, as escolhas e as decisões que tomamos, creio que mais do que a importância sobre os aspectos teóricos ou a descoberta de novas ferramentas e opções técnicas, é essa capacidade de questionar que nos fica desta unidade curricular, para mim esse foi o mais ensinamento que colhi nesta unidade curricular, a capacidade de analiticamente, questionar sempre e de forma cautelosa, sustentando a par e passo a construção de uma qualquer oferta de conteúdos pedagógicos em modelo EaD, no trabalho com alicerces teóricos sólidos mas pertinentes e cuja aplicação é exequível na prática, por outras palavras acredito que nesta unidade curricular foi também ensinado a importância de distinguir o essencial do acessório.
Adjectivar e generalizar são sempre exercícios complicados, que nos podem trazer alguma sensação de não sermos completamente isentos e de fazer escolhas por vezes truncadas por critérios menos objectivos, que poderão claro está enviesar por completo o nosso objecto de trabalho. Essa foi também uma certeza que esta unidade curricular me trouxe, na construção de um percurso pedagógico à distância, é de extrema importância, não cair em situações de ambiguidade que possam de alguma forma induzir os alunos a ideias erróneas e a más interpretações, dificultando não só as suas tarefas mas também o papel do professor, daí a necessidade de não só usar de extrema clareza mas insistir e estimular as discussões e direi mesmo espicaçar os alunos para a descoberta e partilha do conhecimento, isso foi algo que me foi ensinado nesta unidade curricular.
A temática é muito vasta, a cada desafio que nos foi colocado, outras tantas questões e problemáticas se levantaram, experimentei algumas dificuldades em relação às questões teóricas, dificuldades essas que advêm do facto da minha percepção destas questões, que é a percepção de um pragmático, de um executante, a minha vertente é mais do contexto prático, não desprezo a teoria, mas também não é com muito entusiasmo que nela me embrenho quando isso me é solicitado, essa pecha do foro pessoal, foi o que mais dificultou o desempenho nesta unidade curricular, existe em mim uma resistência natural, um conjunto de anticorpos que me levam, não a rejeitar a componente teórica mas a secundariza-la, numa abordagem que por vezes acaba por causar transtornos e dificultar a aprendizagem. Essa é uma pecha pessoal, que nesta unidade curricular me foi extremamente leve, foi com muito empenho que a ela me dediquei, porque se tornou fácil, o papel do professor foi extraordinariamente importante nessa motivação, confesso que desistir do mestrado foi por mim muitas vezes equacionado, em parte devo ao professor o ter-me mantido, mal ou bem com maior ou menor qualidade, fiz por ir alinhavando as coisas, sabe Deus a maioria das vezes com que motivação, ou antes com falta dela, já que esta é uma reflexão pessoal, deixo aqui expresso o meu muito obrigado ao professor José Mota, por ter conseguido dar essa motivação extra.
Em termos conjunturais, Processos Pedagógicos em eLearning, é um percurso muito interessante, onde constantemente fomos desafiados a melhor perceber o papel do professor do ensino à distância, a construir os nossos projectos de aprendizagem, posteriormente amplificados por abordagens e práticas pedagógicas que se desejam harmoniosas e garante de uma boa e transparente qualidade de ensino, se algo fica desta unidade curricular, e fica muito, porque foi essencialmente norteada para o saber fazer, fica a certeza de que o empenho, a dedicação e a disponibilidade são ferramentas, são abordagens que geridas de forma superior, conseguem transformar o acto de ensinar através de um método tão impessoal como o eLearning, num acto em que as relações interpessoais de empenho e dedicação verdadeiramente contam.
Cair no velho e gasto comentário de dizer que muito me agradou a frequência desta unidade curricular, seria pouco imaginativo e pouco verdadeiro, dado que para mim foi uma grande experiência, que marca de forma extraordinariamente positivamente quaisquer futuras abordagens ou incursões que faça ao eLearning.
 
Francisco

Nenhum comentário:

Postar um comentário