segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Pedagogia do eLearning - Algumas questões!





Introdução
A Pedagogia no sentido lato e cientifico do termo, preocupa-se com a educação, se quisermos ser mais líricos diremos que é a arte te ensinar, ou indo ao étimo grego a arte de conduzir ou de orientar crianças na descoberta do mundo do conhecimento. Suportada por vários outros ramos da ciência, a saber; a filosofia, a psicologia, a sociologia e a antropologia, entre outros ramos do conhecimento a Pedagogia tem conhecido, nos seus métodos, poucas alterações nesta última centúria.
Ora, as mais recentes décadas, passadas que estão, despertaram a pedagogia da sua aparente letargia, o surgir ou refinar de modelos de ensino à distância, vieram trazer a necessidade de repensar a pedagogia, poderemos então falar de uma pedagogia online, ou de uma pedagogia Web 2.0?
Os estaremos apenas a utilizar os velhos métodos para fazer face às novas exigências, ou serão, novos métodos pedagógicos necessários, para o eLearning? Não é fácil responder a estas questões, sendo que o mais óbvio, é tratar genericamente, todas estas questões com uma atitude tipicamente filosófica de «tudo colocar em questão».

As três gerações
Estamos hoje ainda em presença de três gerações de modelos pedagógicos (Anderson, Dron 2011), nomeadamente os modelos cognitivo-comportamental, construtivista e modelo do conectivismo. Sabemos que o ensino à distância explora todos estes modelos, com o objectivo de produzir educação à distância de qualidade (Anderson, Dron 2011), mas será que estes métodos continuarão a permitir o ensino quando se trata do e-Learning, não esquecendo que o modelo do conectivismo é um modelo que advém desta novel era do digital.
O modelo, cognitivo-comportamental, centrava-se na modificação de comportamentos através do estímulo e da resposta às circunstâncias para melhor adaptação, o ensino processava-se através de associação de conteúdos e reforço dos mesmos. Por outro lado a visão construtivista promove a construção do conhecimento pela experimentação valorizando a atitude e as competências. O modelo conectivista será o mais orientado para a nova perspectiva do eLearning, a aprendizagem promove-se como uma participação social, todas as interacções sociais são valorizadas, é o modelo da colaboração activa.
Sem descorar os modelos anteriores, o paradigma pedagógico do eLearning, acessibilidade total, a qualquer hora e em qualquer local (Grossek, 2008), suscita dúvidas, sendo no entanto óbvio que a solução do conectivismo será o ponto de partida, para implementar novos métodos pedagógicos.

Espaços de aprendizagem
O eLearning, aproveitando o desenvolvimento tecnológico, veio trazer a possibilidade de novos espaços e ferramentas, mais ou menos colaborativas para o ensino. O próprio espaço físico, da sala de aulas está em mudança1, o eLearning, age como modo desafiador, a pedagogia, do eLearning necessita de um novo conjunto de capacidades técnicas e conhecimentos, que advém do facto dos espaços de aprendizagem estarem a mudar, desde logo se percebe, que é necessária uma revisão sobre os métodos pedagógicos que preparem novos modelos de aprendizagem, não se tratar apenas de introduzir novas ferramentas ou novas técnicas, trata-se também de assegurar a conectividade, as questões técnicas básicas de acesso, de disponibilidade, de confidencialidade, de integridade e de autenticidade, bem como de segurança, que garantam que os sistemas se mantém num estado optimizado de utilização.   
Poderemos então falar da necessidade de uma ePedagogia, que não só utilize os anteriores modelos, ou características dos mesmos, sempre que tal se proporcione, mas que rompa e trilhe caminhos próprios. É interessante verificar que a caminha da pedagogia do ensino à distância foi evoluindo sempre em crescendo no que concerne ao papel do aprendente, do indivíduo do modelo cognitivo, passamos ao grupo no modelo construtivista e foi um salto até à rede no modelo conectivista, clara evidência da transformação dos espaços e consequente adaptação do método pedagógico às novas circunstâncias.
1http://www.usatoday.com/tech/news/2011-07-20-south-korea-tablet-pc_n.htm

Conclusão
Na introdução deste artigo, questiona-se a necessidade de uma pedagogia que acompanhe o modelo eLearning. É de crer que tal seja um facto, dado que o novo discente do eLearning, primará pelos processos de conhecimento activos, pelo fazer e pelo construir adoptando experiências de aprendizagem autênticas e concretas ao invés de apenas seguir tarefas impostas, serão por isso necessários novos métodos, uma nova pedagogia, a rede veio propiciar esse tipo de educação, os métodos adaptar-se-ão ou sucumbirão naturalmente devorados na voragem cada vez mais exigente do eLearning, o modelo conectivista é uma excelente base de partida poderá não ser a solução última, mas é por certo um modelo que abre excelentes perspectivas.
Não se pode negar o potencial incrível que o eLearning possui para alterar o paradigma da aprendizagem e as relações entre docentes e discentes, os velhos métodos podem não ser de todo despicientes, mas podem igualmente necessitar de novas abordagens e medidas concretas de desenvolvimento de um modelo de pedagogia que se adapte às circunstâncias e à natureza do modelo eLearning.
A pedagogia do eLearning assenta pois, nos modelos pedagógicos anteriores, que ao invés de serem considerados obsoletos vão complementando essa nova abordagem, acreditamos que futuras abordagens sejam exploradas e dependam concretamente dos avanços e das tecnologias que serão colocadas à disposição dos novos métodos de ensino nomeadamente do eLearning. Com este facto em mente, resta-nos aguardar pelos próximos desencovimentos, convictos porém de que a pedagogia do eLearning é um modelo que será necessário implementar e cultivar como resposta aos novos desafios colocados quer pela tecnologia quer pelos alunos, elementos desafiadores de novas abordagens pedagógicas.          
 
 
Referências:

Vídeo:

Um comentário:

  1. Olá Francisco ;-)
    Muito interessante o post apresentado, sem dúvida que as diferentes teorias assumem um papel importante na pedagogia do eLearning, ao “invés de serem considerados obsoletos vão complementando essa nova abordagem”. O conetivismo, como referes “é uma excelente base de partida poderá não ser a solução última, mas é por certo um modelo que abre excelentes perspetivas”, modelo este que assenta em aspetos já cobertos no passado, por diferentes autores (Vygotsky, Papert, Clarck, entre outros).

    Parabéns!
    Carla Cardoso

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